Relacionamento familiar

CONCEITO FAMÍLIA

Família é, para a Sociologia, uma instituição social tão antiga quanto os primeiros registros pré-históricos da humanidade, que datam de antes de 10.000 anos a.C. A família, além de uma antiga instituição social, é um agrupamento de seres humanos, que se unem pelo laço consanguíneo e pela afinidade, ou seja, a família é composta por pessoas que têm o sangue em comum ou que se unem porque gostam umas das outras. 

O estabelecimento das famílias foi a forma que o ser humano encontrou de viver de maneira mais segura, pois o agrupamento em família ajudava na proteção dos indivíduos contra inimigos e também facilitava a caça e a coleta de alimentos.

Entende-se família como um agrupamento por parentesco, o qual dá afinidade às pessoas que convivem juntas, assim, uma protege a outra em razão do sentimento de afeto, carinho e pertencimento ao grupo.

Família patriarcal: O mais antigo modelo familiar

Ainda nos primórdios da humanidade, o modelo patriarcal estabeleceu-se como o modelo familiar por excelência. Chamamos de patriarcal a família chefiada por um homem (o patriarca, ou seja, o pai), que tem por responsabilidade adquirir alimentos e cuidar da segurança de seus filhos e de sua esposa. Nesse modelo, no início, os homens caçavam para alimentar a esposa e os filhos, que ficavam sob os cuidados da mãe.

Com a sedentarização do ser humano (quando os humanos abandonaram o estilo de vida nômade e passaram a viver em locais fixos), a agricultura passou a fazer parte do cotidiano humano, bem como a domesticação e criação de animais. O alimento não era mais coletado e caçado, e sim cultivado. Com isso, passou a ser função do patriarca, além da segurança da família, a criação dos animais e o cuidado e preparo da terra (lavra), enquanto as mulheres plantavam, colhiam, preparavam os alimentos e cuidavam dos filhos.

Esse modelo patriarcal perdurou por milênios, recebendo ajustes de acordo com o desenvolvimento das sociedades. No feudalismo, por exemplo, os cavaleiros cuidavam da segurança do feudo, enquanto as mulheres permaneciam com os cuidados domésticos, no caso das classes mais nobres. As famílias camponesas também tinham uma divisão do trabalho por gênero parecida, pois os homens proviam a alimentação, e as mulheres preparavam os alimentos e cuidavam das crianças.

O modelo patriarcal tribal também era cultivado pelos povos indígenas brasileiros, pois os núcleos familiares eram chefiados por homens, e as tribos eram chefiadas pelos caciques. O modelo europeu de família patriarcal veio para o Brasil durante a colonização, com a vinda de senhores de engenho, que mantiveram grandes fazendas de plantação de cana e produção de açúcar.

Nesse período, dois novos elementos foram incluídos no modelo de família patriarcal: o agregado (parentes ou amigos que viviam na casa do senhor de engenho) e o escravo (africanos capturados à força e utilizados como mão de obra na casa do senhor ou no plantio de cana e fabricação do açúcar). O senhor de engenho era o chefe patriarca da família e mantinha todas as pessoas sob sua responsabilidade.

Após a Revolução Industrial, algumas mudanças começaram a abalar o modelo patriarcal de família. A principal mudança foi a inserção, mesmo que de início pequena e regulada, da mulher no mercado de trabalho. Com a possibilidade de a mulher trabalhar fora de casa (isso aconteceu fortemente nas classes mais baixas, pois a renda obtida por um homem trabalhador industrial não era suficiente para sustentar a família), o modelo patriarcal de família começou a se desfazer.

FAMÍLIA: PRIMEIRA EDUCAÇÃO

A família é a base de toda uma vida, pois quando os pais estão esperando seu filho, eles esperam dar além de amor o melhor a eles, e preveem um futuro brilhante. Porém, muitas vezes não é isso que acontece, pois, os pais e/ou responsáveis pensam só em trabalhar e compensar os filhos com brinquedos, roupas de marcas para suprir a ausência. Assim, sem os pais, presentes para o orientar, dar carinho e cobrar quando necessário, a primeira formação da educação da criança fica comprometida.

Um dos pontos fracos na educação da criança é a dificuldade que os pais encontram em dar limites aos seus filhos. Sem limites, o comportamento da criança muitas vezas deixa a desejar, podendo muitas vezes gritar com seus pais, chegando a agredi-los, quando contrariados ou quando não ganham o que querem. Ou mesmo, sendo mal-educados com os que convivem, ou pessoas mais velhas e nem tendo respeito e boas atitudes com as pessoas em geral.

Diante disso, a falta da educação familiar reflete na aprendizagem escolar. É notável a criança que não teve a primeira educação, pois o comportamento na escolar torna-se reflexo dos atos tidos, vividos ou assistidos em casa. Consequentemente, na escola a criança terá dificuldades de convívio e aprendizagem, haja vista que a educação familiar deve ensinar a uma boa educação e a socialização da criança com as outras pessoas.

Por este motivo, é fundamental que o contexto e a educação da criança em sua casa sejam uma educação para que esta não tenha problemas com a sociedade. A criança chega na escola com a expectativa e com o intuito de se alfabetizar, desenvolver o raciocínio logico, de aprender conteúdos de diferentes áreas e entre outros, enfim a busca por conhecimento científico. Porém, cabe a escola ter direito de ensinar a criança e não educá-los com a primeira educação. Todavia, na maioria das escolas se ensina alguns aspetos da primeira educação, mesmo sendo de responsabilidade da família. Sobretudo, o que se ensina é para que se tenha uma pessoa de boa índole.

Assim, acredito que são necessárias a convivência e a presença dos pais na vida das crianças e dos jovens, para dar carinho e uma boa educação ao seu filho, sendo que a criança por não ter limites ela fica agressiva, e desobediente. Sem o acompanhamento dos pais, a criança transfere sua agressividade e descontentamento à escola, e acaba se distanciando o verdadeiro sentido de estar em um ambiente escolar. Em suma, é imprevisível que escola e pais atuem em parcerias na educação das crianças, haja vista que o maior interesse é no sucesso das crianças, que se tornarão cidadãos de respeito para com a sociedade.

O PAPEL DA FAMÍLIA NA DEFINIÇÃO DE QUEM SOMOS

Nascer e pertencer a uma família é algo que faz parte da vida da maioria das pessoas. Mesmo crianças institucionalizadas vivem, muitas vezes, em grupos que fazem a função de uma família, recebendo apoio e criando vínculos com outras crianças e adultos que exercem sobre elas algum cuidado.

Embora as configurações familiares venham se alterando e contemporaneamente sejam diversas, as funções que uma família exerce continuam sendo fundamentais para a construção de nosso ser. As relações estabelecidas nesse grupo desempenham importante função na definição de quem somos e de quem desejamos ser. Ao mesmo tempo, podem contribuir para que nossos desejos sejam alcançados ou podem gerar dificuldades na efetivação de nossos projetos.

SINGULARIDADE DAS RELAÇÕES FAMILIARES

As famílias são constituídas por pessoas que, além de fazer parte do grupo, mantêm sua singularidade. Assim, cada um levará para as vivências coletivas aquilo que tiver experimentado individualmente em sua trajetória.

Por essa razão, vemos famílias que, ao serem constituídas por pessoas que enfrentam dificuldades emocionais, por vezes não conseguem manter laços afetivos e de apoio mútuo. Isso pois seus membros podem viver complicações psicológicas que interferem nas relações grupais. Essas dificuldades individuais, se não forem trabalhadas, poderão gerar importantes impactos nos demais membros, atravessando a trajetória de todos e gerando, inclusive, danos emocionais aos seus componentes.

Além disso, é comum que, ao formar uma família, as pessoas que a constituem ainda não tenham pensado sobre "o que é ser em família". Ou seja, o que significa fazer parte desse conjunto de pessoas que agora se reúne em torno de um objetivo, bem como que objetivo é esse e como cada um fará parte do trabalho coletivo para atingi-lo.

É comum, assim, que na medida em que passam a formar um grupo, muitas pessoas acreditam que as relações precisam se dar de modo totalmente espontâneo. Esquecem (ou desconhecem) que relacionamentos precisam de investimento e de trabalho conjunto. De um modo "automático", as pessoas convivem, coabitam uma casa, mas não necessariamente constroem um lar. Ou seja, um lugar de afeto, de cuidado, de acolhimento e entrelaçamento.

O QUE É SER FAMÍLIA?

As relações familiares são fundamentais para construção do nosso ser  e do próprio grupo, cada membro precisará pensar de que modo sua trajetória individual será entrelaçada à história do grupo, mas também de que modo o grupo irá se tecer para atingir aquilo que espera enquanto grupo.

Será importante perceber que as escolhas individuais podem ser mantidas, mas que aquilo que cada um escolher para si impactará na existência dos demais e na dinâmica da família. Algumas escolhas permanecerão sendo tomadas de forma singular, mas de alguma maneira precisam passar pela dimensão coletiva, ainda que seja na reflexão realizada acerca de como essa escolha poderá ser sentida pelos familiares. Outras precisarão,  ser totalmente compartilhadas, pelo impacto que podem gerar na vida dos demais.

Entre os aspetos a serem observados e trabalhados nas relações familiares, está a forma como a comunicação é realizada e que aspetos podem ser melhorados. 

Por exemplo: atividades e tarefas coletivas compartilhadas e de que modo serão conjuntamente realizadas, que expectativas cada um tem do outro e o que é necessário estabelecer enquanto combinados e arranjos para que todos sintam que há espaço para seu ser. Além disso, é importante pensar nas vivências e experiências que cada um deseja ter enquanto família.

IMPORTÂNCIA DO RESPEITO MÚTUO NAS RELAÇÕES FAMILIARES

Numa família saudável, para viver coletivamente, não será preciso renunciar ao projeto singular - ele será respeitado e construído por todos. Cada componente poderá assumir seu desejo e terá suporte para que esse desejo seja respeitado e colocado em prática com a ajuda dos demais. Assim, as singularidades não ameaçarão o grupo, porque os laços afetivos são fortes o suficiente para comportar diferentes escolhas e distintos pontos de vista. Ao mesmo tempo, o que unirá a família será o desejo de estar junto, de partilhar, de conhecer e amparar cada um de seus membros.

Uma família saudável também é um grupo em que há flexibilidade, empenho e dedicação na solução de problemas e dificuldades que possam acontecer ao longo de sua história.

Por exemplo, frente a uma crise financeira, a responsabilidade para a reorganização desse aspeto será compartilhada e cada pessoa assumirá parte na tarefa, na medida da possibilidade de cada um de seus membros. Além disso, o grupo terá clareza de que eventos ao longo da vida alterarão a dinâmica do relacionamento, que precisará continuamente de ajustes para o realinhamento dos projetos individuais ao projeto coletivo.

Pela importância que as relações familiares têm na constituição de nosso ser, ao longo da vida, muitas vezes, embora um de seus membros busque pela psicoterapia, todos os demais podem ser envolvidos no processo. Isso pode ocorrer de modo pontual ou de modo contínuo, a depender das questões que mobilizaram para a busca de atendimento psicológico. 

FAMÍLIA MODELO

A Família é o primeiro grupo social do qual o individuo faz parte é nesse ambiente que ocorrem às primeiras relações interpessoais e se desenvolve a personalidade de cada ser humano.

As interações vivenciadas no ambiente familiar exercem significativa influência no comportamento individual, essas primeiras relações funcionam como uma espécie de modelo, onde, aquilo que é aprendido, tende a ser reproduzido nas interações fora do núcleo familiar, como por exemplo: na escola, em grupo de amigos, por todos os locais em que a pessoa transitar.

Desta forma, espera-se que a criança e ou adolescente adote as posturas e reproduza os valores que lhe foram ensinados em casa; neste sentido como poderíamos exigir que reproduzissem na sociedade certas condutas que não são habituais no seu meio familiar?

Para exemplificar vamos pensar o seguinte: Como requerer que um jovem respeite as opiniões diferentes, se constantemente ele presencia os pais agindo de forma contrária? Como ele ouvirá e acolherá o outro se ele não é acolhido nas suas necessidades?  

DIVERSAS POSSIBILIDADES

Para responder a estas questões, vamos pensar em diversas possibilidades, tais como:

 A forma de lidar com as adversidades, o respeito ao próximo, a capacidade de se colocar no lugar do outro.

Um ambiente desequilibrado, instável, interfere de forma negativa no desenvolvimento emocional do individuo, causando ansiedade, medo, insegurança, agressividade, entre outros.

A maioria dos casais possuem uma rotina corrida, com muitos afazeres e responsabilidades e muitas vezes quando entram nas suas residências estão cansados, stressados, com pressa para relaxar e descansar para seguir o novo dia, contudo, vale ressaltar que é muito importante que os pais procurem dedicar-se aos seus filhos, que parem para ouvi-los, para conversar, conhecê-los, que separem algumas horas e destinem para a interação familiar, essas pequenas atitudes farão diferença no convívio, tornando o ambiente mais saudável, proporcionando maior proximidade, intimidade e confiança entre os membros e agindo como facilitador para o amadurecimento saudável.

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